terça-feira, 25 de março de 2008

Energia Hídrica



Fonte


É a energia proveniente do movimento das águas. Ela é produzida por meio do aproveitamento do potencial hidráulico existente num rio, utilizando desníveis naturais, como quedas de água, ou artificiais, produzidos pelo desvio do curso original do rio.

Conversão

O movimento da água é utilizado em barragens para produzir electricidade. A água presa nos reservatórios passa pela turbina criando energia mecânica que é transformada em electricidade pelo gerador.
É necessário que haja um grande fluxo de água para que a energia seja gerada de forma contínua no tempo.

- As barragens são lagos artificiais, construídos num rio, permitindo a geração contínua e constante de energia.
- As turbinas hidráulicas são conectadas a um gerador eléctrico, o qual é ligado à rede de energia. Contudo, também podem ser usadas para geração de energia em pequena escala, para as comunidades isoladas.
- Os moinhos de água são aqueles que fazem uso da água corrente (energia hidráulica).
Quando chove nas colinas e montanhas a água concentra-se em rios correntes que se deslocam para o mar. O movimento ou a queda da água contém energia cinética que pode ser aproveitada como fonte de energia.

Tecnologias

O aproveitamento deste recurso energético está normalmente associado a empreendimentos de grandes dimensões, as chamadas barragens hidroeléctricas ou grande hídrica. Este tipo de exploração por vezes não é enquadrado nas energias renováveis uma vez que pode ter alguns impactes negativos no meio ambiente e no ecossistema fluvial.
Para potências iguais ou inferiores a 10 MW é possível definir uma exploração como minihídrica, que ao invés da exposta anteriormente tem menores impactes ambientais.

Estado em Portugal

- Actualidade

Em Portugal, o potencial de aproveitamento de energia minihídrica está distribuído por todo o território nacional, com maior concentração no Norte e Centro do país.
O Decreto-Lei n.º 189/88 de 27 de Maio abriu a actividade de produção independente de energia eléctrica a pessoas singulares ou colectivas públicas ou privadas, com o limite de 10 MW de potência instalada. Desde então até 1994 foram licenciados 120 empreendimentos de utilização de água para produção de energia. Destes 120 até a data apenas 44 estão em funcionamento, representando um total de 170 MW de potência instalada e uma produção de 550 GWh/ano.
Tendo em conta as antigas concessões, 34 minihídricas com uma potência total de 30 MW e 100 GWh/ano, e ainda 20 do SENV (Sistema Eléctrico Não Vinculado-Grupo EDP) com 56 MW e produtividade de 165 GWh/ano, o total de aproveitamento minihídrico situa-se actualmente em 98 centrais que correspondem a 256 MW de potência instalada e uma produção 815 GWh/ano.
No entanto nos últimos anos tem vindo a ser muito reduzido o número de candidaturas, isto devido a vários factores como:
- dificuldades nos processos de licenciamento, onde intervêm uma série de entidades diferentes sem coordenação entre elas.
- dificuldades na ligação à rede eléctrica por insuficiências da mesma.
- a falta de critérios objectivos para a emissão de pareceres das diversas entidades.
- restrições ambientais, em certos locais com potencial exploratório o impacte ambiental ou a legislação podem inviabilizar estes projectos.
- a falta de recursos humanos face ao número de pedidos, leva a que os processos se tornem morosos.

- Futuro

Apesar de ser difícil estimar o potencial de exploração minihídrica existente é possível apontar para valores perto dos 1.000 MW, dos quais entre 500 e 600 MW são concretizáveis em poucos anos (até 2010), com uma produção média entre 1.500 e 1.800 GWh/ano.
No entanto, para isto será necessário uma série de medidas de forma a ultrapassar os actuais constrangimentos já referidos.
Entre as várias medidas necessárias é fundamental:
- melhor articulação entre os vários organismos intervenientes nos processos de licenciamento.
- eliminação de indefinições relativas às competências legais na área de gestão do recurso hídrico.
- definição de critérios operacionais de conciliação dos condicionamentos ambientais.
- certificação dos promotores e consultores.
- adequar os meios humanos dos organismos licenciadores.

Desvantagens

- A construção de centrais hidroeléctricas geralmente exige a formação de grandes reservatórios de água, o que provoca profundas alterações nos ecossistemas.
- Dependendo do tipo de relevo e da região onde se encontra o empreendimento, as hidroeléctricas podem também ocasionar o alagamento de terras e o deslocamento de populações ribeirinhas.

Impactos e Problemas

Por muito tempo a energia hídrica foi considerada uma fonte limpa de energia. No entanto, ela acarreta uma série de consequências ambientais em função do alagamento de grandes áreas.
Construir uma barragem pode implicar remover cidades inteiras, desalojar pessoas, capturar animais, acabar com florestas e sítios históricos, que ficarão submersos. Após os impactos iniciais, a energia seria limpa, mas a decomposição da biomassa inundada emite gás metano e polui a água com o excesso de matéria orgânica. O desmantelamento antecipado da área a ser inundada pode evitar esses tipos de impactos.
Além disso, a construção de uma barragem é mais cara que algumas energias e muito demorada. Muitas vezes o curso natural do rio é alterado em função das áreas a serem alagadas, causando interferência nos ciclos naturais, reprodução e dispersão de peixes e outros animais aquáticos.
Actualmente, o impacto da construção de barragens tem sido cada vez mais fiscalizado por organizações não governamentais, associações de populações desalojadas e pela sociedade como um todo. Como consequência, muitos projectos de barragens estão atrasados por falta de licenciamento ambiental.

Vantagens

- A energia é produzida a partir de uma fonte contínua, neste caso, o movimento da água.
- Não polui o meio ambiente.
- Baixíssimo custo de produção.

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