terça-feira, 25 de março de 2008

Energia Eólica



Fonte: o Vento


O vento resulta do deslocamento de massas de ar, derivado dos efeitos das diferenças de pressão atmosférica entre duas regiões distintas e é influenciado por efeitos locais como a altitude e a rugosidade do solo.
Essas diferenças de pressão têm uma origem térmica estando directamente relacionadas com a radiação solar e os processos de aquecimento das massas de ar.
Entre 1 a 2% da energia proveniente do sol, é convertida em energia eólica.
As regiões do equador, latitude 0º, são aquecidas pelo sol mais do que as restantes zonas do globo. O ar quente é mais leve que o ar frio, pelo que sobe até uma altura aproximada de 10 km e estende-se para norte e para sul.
A energia cinética do vento também é uma fonte de energia e pode ser transformada em energia mecânica e eléctrica. Um barco à vela usa a energia dos ventos para se deslocar na água. Esta é uma fonte de produzir energia através do vento.
Podemos classificar os ventos nos seguintes tipos:
- ventos globais;
- ventos de superfície;
- ventos locais.


Fonte: Ventos Globais

O vento que sobe desde o Equador para os pólos, o qual circula pelas camadas mais altas da atmosfera, por volta dos 30º de latitude. Nessa latitude encontra-se uma zona de altas pressões, pelo que o ar começa a descer de novo.
Quando o vento sobe desde o Equador origina uma zona de baixas pressões perto do solo o que atrai ventos do norte e do Sul. Nos pólos, devido ao ar frio, são originadas zonas de altas pressões.

Fonte: Ventos de Superfície

Os ventos são muito influenciados pela superfície terrestre até altitudes de 100 metros. O vento é travado pela rugosidade da superfície da terra e pelos obstáculos.

Fonte: Ventos Locais


Apesar da importância dos ventos locais na determinação dos ventos dominantes numa determinada área, as condições climatéricas locais podem influenciar as direcções do vento. A direcção do vento é influenciada pela soma dos efeitos globais e locais. Quando os ventos globais são suaves, os ventos locais podem dominar o regime de ventos:

Brisas marinhas
: durante o dia a terra aquece mais rapidamente pela influencia do sol que o mar. O ar sobe e circula para o mar, criando uma depressão ao nível do solo, que atrai o ar frio do mar. A isto chama-se brisa marinha. Normalmente ao entardecer há um período de calma, quando as temperaturas do solo e do mar se igualam. Durante a noite, os ventos sopram em sentido contrário, tendo a brisa terrestre, normalmente, velocidades inferiores, uma vez que a diferença entre a temperatura do solo e do mar é mais pequena.

Ventos da montanha: um exemplo é o vento do vale o qual tem origem nos declives orientados a sul. Quando os declives e o ar próximo deles está quente, a densidade do ar diminui, e sobe pela superfície do declive. Durante a noite, a direcção do vento inverte-se, passando a descer o declive. Se o fundo do vale dor inclinado o ar pode ascender e descender pelo vale, este efeito tem o nome de vento canhão. Alguns exemplos importantes deste fenómeno são: o Fhon dos Alpes, Chinook das Montanhas Rochosas, o Mistral do Vale do Rhone e o Sirocco da Sahara.

Conversão: em Energia Mecânica

A energia eólica tem sido aproveitada desde a antiguidade para mover os barcos impulsionados por velas ou para fazer funcionar a engrenagem de moinhos, ao mover suas pás. Nos moinhos de vento a energia eólica era transformada em energia mecânica, utilizada na moagem de grãos ou para bombear água.

Conversão: em Energia Eléctrica

Na actualidade, utiliza-se a energia eólica para mover aerogeradores – grandes turbinas colocadas em lugares de muito vento. Essas turbinas têm a forma de um catavento ou um moinho. Esse movimento, através de um gerador, produz energia eléctrica. Precisam agrupar-se em parques eólicos, concentrações de aerogeradores, necessários para que a produção de energia se torne rentável, mas podem ser usados isoladamente, para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmissão.

Desvantagens:

- nas proximidades dos parques eólicos é detectada poluição sonora, devido ao ruído produzido. Há também quem considere que sua silhueta afecta a paisagem. Tem sido estudada, recentemente, a hipótese de construção de parques eólicos sobre plataformas ancoradas no mar, não muito longe da costa, mas situadas de tal forma que não incidem de forma excessiva sobre a paisagem.
- os lugares mais apropriados para sua instalação coincidem com as rotas das aves migratórias, o que faz com que centenas de pássaros possam morrer ao chocar contra as suas hélices.
- os aerogeradores não podem ser instalados de forma rentável em qualquer área já que requerem um tipo de vento constante mas não excessivamente.

Estado em Portugal


- Actualidade

Em Portugal, o primeiro parque eólico foi criado em 1988 em Santa Maria (Açores), mas actualmente a distribuição destas centrais abrange quase todo o território nacional com aproximadamente 1.131 MW de potência instalada até Fevereiro 2006, 106 parques eólicos e 703 turbinas eólicas.
No entanto só nos últimos 5 anos, inicialmente com o Programa Energia e mais recentemente com o Programa E4, é que se criaram algumas condições para o desenvolvimento real deste tipo de energia.
Cerca de metade dos parques eólicos (48%) em Portugal são parques pequenos, com potências entre 1 a 10 MW. 31% dos parques têm uma dimensão média, com potências entre 10 a 25 MW%. Apenas existe um parque eólico com potência superior a 50 MW.
O recurso energético eólico “onshore” disponível em Portugal estima-se nos 4.800 MW, tendo em conta um cenário de restrição ambiental moderada.
Apesar deste potencial, existiram uma série de barreiras que contribuiu para o fraco desenvolvimento da energia eólica em Portugal:
Com a implementação de medidas como a MAPE do Programa E4, e recentemente, em Maio 2005, com o anúncio do concurso que irá atribuir cerca de 1.700 MW, pretende-se chegar aos 4.500 MW até final da década, contribuindo de uma forma essencial para a meta dos 39% de produção de energia eléctrica com fonte nas ER.

- Futuro

Tendo em conta a necessidade do cumprimento da Directiva Comunitária respeitante ao acordo de Quioto, que impõe como meta 39% de produção de energia eléctrica com base nas energias renováveis até 2010, assim como as recentes medidas de apoio, como a remuneração da energia produzida para níveis perto do praticado nos países Europeus, prevê-se a instalação de cerca de 4.500 MW de capacidade de geração em energia eólica.
Até Fevereiro de 2006 estavam licenciados mais 2.789 MW de energia eólica, o que, tendo em conta o tempo de licenciamento actual (>2 anos), poderá elevar a potência instalada de eólica em 2007 até os 2.000 MW.
É ainda necessária a centralização dos processos de licenciamento em apenas um único organismo, que coordenaria e teria a cargo todo o procedimento administrativo, de forma a diminuir os prazos de implementação dos projectos os quais, actualmente, rondam os 2 a 4 anos.
A energia eólica mostra-se como uma das fontes renováveis com maior potencialidade e maior desenvolvimento futuro, não apenas pelas metas estabelecidas, mas também pelo interesse que desperta nas entidades e empresas o desenvolvimento de projectos de grande envergadura e visibilidade, além do retorno financeiro bastante atractivo.

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